2013 Trouxe-me
mais do que esperava. 2013 Mudou a minha vida completamente. Tudo começou aqui,
aqui não, em Edmonton, entrei neste ano com o pé direito num país que não o meu
de origem, mas um país onde vejo uma oportunidade de vida. Dois mil e treze foi
um ano onde muita coisa mudou, onde a vida girou numa roda-viva sem parar e sem
me dar tempo para desistir. Sonhar
foi a palavra deste ano, eu sonhei com todas as forças que tinha, vi um futuro
eterno e uma alegria infinita. Sonhei mudar de país, desde pequenina, neste ano
isso aconteceu. Sonhei ser feliz e neste momento não me posso queixar, a minha ambição
e esforço estão a levar-me até onde eu quero estar. Desistir foi outra das palavras, desistir da minha casa, da minha
família e daqueles que mais amo. Desistir de certas coisas que pensas ser mais difícil,
mas depois percebes que foi pelo melhor. A minha família, a minha melhor amiga
e as minhas fofinhas! Desistir para mudar, nunca esquecer. Lutar é outra, lutar pelos sonhos de infância, por uma vida melhor,
por um futuro brilhante, por um emprego estável, por uma oportunidade
esplendorosa num país tão bonito como este. Abandonar é outra, abandonar as raízes de casa, onde tudo é seguro
e calmo. Tristeza, essa também
ocorre neste dicionário de 2013, símbolos como o aeroporto de lisboa, as
lágrimas, as saudades, as lutas, as conquistas desejadas e falhadas, os sonhos
destruídos e desilusões estúpidas. Felicidade,
o oposto da ultima não é?, mas neste momento sinto-me muito feliz, realmente
feliz, onde o meu coração me diz que eu estou bem, eu fiz o correto, eu fiz a
minha escolha pelo melhor, onde a minha consciência se encontra tranquila e em
paz. Força, dois mil e treze
mostrou-me que tenho força em mim que nunca pensei ter. Inteligência, estou orgulhosa de mim mesma, da minha capacidade
intelectual nesta nova vida, neste país de língua estrangeira. Medo, medo foi uma palavra que esteve
presente durante uns bons meses, medo de não ser capaz, de perder, de voltar
para casa de mãos a abanar. Medos que não foram sem fundamento, que aconteceram
na realidade, mas que superei com a maior das forças, medos que hoje são
sucessos. Conquistas, conquistei a
minha liberdade, a minha inteligência, a minha capacidade de viajar, de perder
medos, aventurar-me, aprender mais e mais todos os dias, ser melhor, ser
mulher, ser eu. Orgulho, de não ter conhecido o hospital de Kitchener. Saudade.
Saudade, a palavra que ninguém sabe descrever e que não tem tradução. Eu sinto
muitas saudades de casa, da comida da mãe, da parva da irmã, das noitadas com
as amiguinhas, dos bailes de verão, dos cafés no Infante, dos passeios nas
caldas, das idas ao Maratona comer um iogurte, ou um chá e chocolate quente,
das noitadas em conversas, dos choros por solidariedade, dos momentos de
cumplicidade, dos jantares na casa desta e daquela, das surpresas, do meu
quarto, da segurança da minha cama, dos sorrisos, das gargalhadas, dos abraços
e beijinhos que só a melhor amiga sabe dar, dos cafés expressos por 50 cêntimos,
saudades de vos abraçar. Memórias, essas eu guardo comigo, assim como todas as
fotografias, onde eu me apoio quando as saudades apertam, porque a saudade é
recriada pela memória, é por isso que muitas coisas acabam apenas por ser memórias
numa caixa guardadas, muitas palavras se unem, e no final tudo faz sentido.
Dois mil e treze
foi um ano repleto de emoções fortes, promessas, sorrisos, festas, noitadas, e
despedidas. No dia 11 de Agosto de 2013 eu entrei naquele avião, eu decidi que
a minha vida precisava de uma reviravolta e hoje sei que fiz o correto. Hoje sou
uma rapariga feliz, contente com a minha escolha. Hoje, posso dizer que sou
diferente, mais viva, e em 2014 eu entro com o pé direito! Entro com a maior
das forças, (e talvez constipações), de sempre! Entrarei com um copo de Baileys
na mão, com duas pedras de gelo, entro com a minha família, entro feliz. Entro com
novas resoluções e ambições, entro com a esperança de ver o meu Portugal no
verão de 2015. Entro com a esperança de mostrar que errar é humano, e nunca
somos crucificados por isso. Entro feliz, concretizada, sonhadora, aprendiz,
saudosa, desejosa e com força de vontade sem medos! Depois de tudo isto, nunca
desistam dos vossos sonhos, nunca pensem duas vezes, sejam aquilo que mais
ambicionam e ajam conforme a vossa consciência e o bem dos outros, o resto vem
por acréscimo. A todos os que se deram ao trabalho de perder temo em ler a
minha mensagem, um ótimo ano novo com todas as coisas boas que mais desejam! Muitos
beijinhos, da vossa Margarida.
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