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O meu coração esteve tão calmo durante o jogo de hóquei que fico confusa. Sentia-me triste e aliviada ao mesmo tempo. Sentia-me como se nada me pesasse nas costas. Como se chega-se realmente á conclusão do que se passou, da decisão que tomas-te em não vir. Como se não tivesse mais coração acerca desse assunto. Talvez extremamente magoada ya, talvez farta de sofrer, talvez farta de ler as frases feitas na net mas que coincidem com o que os meus sentimentos me mostram. Talvez mentalizada que me deixaste por nada, apenas por seres demasiado «maricas», por teres feito uma bola de desculpas esfarrapadas e me atirares com tudo. Bateu forte, acredita que bateu e me culpei por tudo, até perceber realmente que a culpa não foi minha, foi tua e tu apenas queres descansar a tua própria consciência. Não faz mal, não faz mesmo. Eu sei que lá no fundo do teu coração pensaste em mim o dia todo, se fizeste a decisão certa e pensaste certamente no dinheiro que mandaste fora sem me dares uma chance de te mostrar que valia a pena, que o meu amor era maior que os meus problemas, que o meu amor por ti me trouxe aqui para te ajudar no futuro. Podes tentar apagar-me da tua vida, podes dormir com todas, sair com todas, sorrir com todas, beijar todas, podes dizer que amas todas quantas quiseres, mas eu sei que nenhuma te olhará como eu olhei um dia. Nenhuma, venham as que vierem, te viu como eu vi á 7 anos atrás. O meu problema foi esse, eu vi, eu fiz-te bem, e agora não é para mim. Para mim sobraram as mágoas. És uma memória que eu vou guardar numa caixa escondida, uma memória que espero recordar poucas vezes, pois podem passar 50 anos mas serás sempre o meu primeiro amor. O primeiro por quem lutei até á exaustão, o primeiro a fazer-me sonhar e a destruir tudo depois. O primeiro amor a fazer as maiores promessas que alguma vez podes fazer, e a fugir tão depressa. 

O primeiro amor, a primeira desilusão.