- abrigo

«se queres um escudo impenetrável, permanece dentro de ti mesmo»

Saturday, December 14, 2013

conta-me

Quantas coisas boas deixaste escapar? Quantas coisas deixaste desaparecer por nada? Quantas coisas trocaste por uma loucura? Quantas noites de carinho deixaste morrer? Quantos carinhos perdeste? Quantos beijos deixaste inacabados? Quantos sonhos enterraste no teu jardim? Quantos abraços ficaram no ar? Quantas palavras sem sentido? Quantas juras eternas foram momentâneas? Quantas mentiras? Quantas traições? Quantos desejos desapareceram? Quantas loucuras nossas ficaram no passado? Quantas saudades vão ficar? Quanto rancor? Quanta mágoa? Quanta necessidade tinhas? Quantos planos de futuro? A Madalena? A Maria? O Francisco? Quantos ninhos de amor planeados? Quantos passeios pela praia? Quantos jantares românticos? Quantas noites no quentinho do sofá? Quantas lágrimas limpas com um sorriso? 

Conta-me quem fez isto, não foste só tu e eu. 

Deixaste escapar a rapariga que daria a vida por ti sem pensar duas vezes. Deixaste desaparecer o amor que nos unia. Trocaste por uma loucura uma vida estável, uma boa educação, uma boa casa, um bom carro e uma mulher doida de amor por ti. Deixaste que as noites de carinho passassem a memorias fracas. Perdeste as noites em que te beijava só porque sim, os bons dias de manhã cheios de mil beijos. Todos os beijos longos que tanto gostavas e nunca eram acabados para manter a magia. Enterraste o meu coração no teu jardim. Os abraços que nunca chegaram por te acobardares. Todas as promessas sem sentido. Todas as juras que não passaram de palavras vagas. será que alguma vez mudaste?  Todas as vezes que me olhavas com desejo e tinhas medo que outros me tivessem. As vezes que te escondi debaixo da minha cama, memórias numa caixa. As saudades que deixas, que eu pelo vistos não deixo em ti. Não guardo rancor. Guardo mágoa por falta de uma chance. Madalena, Maria, Francisco, alguém que nunca nascerá. Sonhos despedaçados por ninhos de amor nunca criados. As vezes que olhámos o mar e tinhamos conversas enormes mas tão boas, bons amigos. Vais levá-las ao Mac e dizer que os vossos jantares são assim porque são um casal especial e diferente de todos os banais? As noites frias no miminho do sofá. Ri-te! Mas não pode ser forçado. 

Conta-me daqui a uns anos, quando eu não sentir nada, se tudo valeu a pena por umas loucuras. 

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