Todas as férias se tornaram apenas nisto, costas voltadas, como se não nos conhecessemos, como se de ninguém se tratasse, á pouco pensei e talvez seja sempre melhor assim, acabarmos por deixar de amar e dar tanto valor ás pessoas, pois quando elas se separam de nós por motivos mais fortes, por outras necessidades e escolhas que não pretendemos seguir doí menos esse afastamento. Talvez o meu óptimo mau feitio me torne imune á dor emocional, pois é apenas essa que me incomoda, que me faz chorar, que me aninha na cama e pensa nas saudades que tenho de ouvir rir ou apenas falar e falar. Talvez agir como se toda gente se tornasse apenas alguém conhecido. Por vezes estas questões entram no meu cérebro, remexem e voltam a mexer em todas as acções que tomo durante o dia, em todas as preocupações, em todas as vezes que deixo de ser aquele «monstro ruim» e me torno coração mole, meiga. Ser anti - social, ou criar uma carapaça em torno do meu corpo e da minha personalidade me torne mais forte, menos meiga talvez. Perdoar, dar valor, sinto que por vezes só cria dor, sofrimento, mas por outro lado, também existe o carinho, o abraço, a paixão, a amizade, o doce doce doce beijinho pela manhã ou pelo deitar. Estivemos uma semana lá do outro lado, foi sensacional realmente, mas após disso tornamo-nos duas estranhas, poucas conversas, essas poucas frias.
Não entendo, estes dias fui só eu, apenas eu e mais eu! Apenas porque estás longe, mesmo estando em tua casa, perdi a paciência para aturar os problemas dos outros quando os meus já-me chegam para me fazer chorar, apenas porque só tenho uma pessoa a quem me agarrar neste momento, ele.
Sinto que está tudo a ir pelo cano, e que daqui a uns dias, quando nos encontrarmos na escola, ou no autocarro, ou até mesmo aqui para a minha mãe nos levar, não vai haver nada para falar, nada para contar, será banal, tal como os meus encontros com os outros, frio, banal e indiferente. Acredita que não era nada assim, e nós sabemos bem que não era.
Não ando feliz, não ando mesmo, apenas quando ele diz «Eu amo-te», me sinto um pouco mais amada, porque de resto, estou estranha neste mundo, onde nada é meu, onde estou sem Internet e sem este pequenino abrigo, onde estou doente e tenho tudo para fazer na mesma.
Tenho angustia desde que para estar lá para ele virei costas á família, tenho angustia desde que passei 6 dias a fazer de conta que ele não era ninguém, desde que descobri o valor dos meus livros, desde que recusei estar lá por um pouco de diversão que me faltou, e tu não estiveste lá, nem por mensagens, porque falavas comigo friamente e muito pouco por culpa do cansaço, não te censuro, pois também já trabalhei, mas nunca te recusei a mão, e isto, é um pouco de tudo aquilo que sinto e não consigo exprimir de outra forma, desculpa-me se te pareço injusta, é apenas o coração a falar. Apesar de tudo, continuas a ser a bff, e eu continuo a dizer que te amo para sempre.
Até amanhã meu bicho.
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