- abrigo

«se queres um escudo impenetrável, permanece dentro de ti mesmo»

Monday, October 22, 2012

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Não passo por  cá à imenso tempo, mas neste momento sinto uma necessidade estrondosa de o fazer. Preciso de escrever  tudo o que o coração sente mas custa a dizer. Tudo aquilo que passa a 1000 k/h na minha cabeça e que depois se esboça apenas em lágrimas e num olhar confuso. Agosto foi um mês de revolução, e daí para cá tudo passou num ápice e por momentos sinto-me extremamente confusa. Por vezes falamos apenas num tom de brincadeira, mas com o pensamento no real, mas falamos apenas como um sonho, e no momento em que nos dão a possibilidade de realizar esse sonho e ainda superar expectativas o nosso sistema não está preparado para tal acontecimento e acabamos por desabar interiormente. Assim que os sonhos são extremamente altos e nos obrigam a escolher, tudo se complica, tudo se esquece, tudo se move, tudo congela, tudo pará e tudo se remexe. Antigas memórias aparecem, antigos sentimentos se despoletam. Neste momento sino que todo o tempo se esgota, os acontecimentos da noite passada foram extremamente fortes mentalmente, e deixam-me a duvidar de tudo, de coisas que até agora estavam confusas mas cientes. Desde pequena que sonho com esta oportunidade, mas desde pequena que sonho com este amor, e com esta amizade que neste momento é um peso no meu coração, no meu pensamento e em tudo o que faço. Coisas que pesam no meu sorriso, no meu pensar, na minha forma de ser. As saudades que tenho tuas são tão grandes, choro noites sem fim por não poder falar contigo como antigamente. Foram as melhores duas noites da minha vida, isso ninguém me tira, e tu sabes isso. Tenho um turbilhão de sentimentos em mim que estão a deixar num estado de nervosismo horrível  Tenho tudo nas minhas mãos, 18 anos, e uma vida para decidir. O medo de ir e voltar sem nada, o medo de desistir dos que mais amo, ou que estes o façam de mim.Sou uma pequena ave que ainda não aprendeu a voar por si, e estou em pânico. A cada dia que passa novas noticias chegam, novas oportunidades me são dadas, e são oportunidades de 1 em 1000, mas que me sinto incapaz de agarrar. Tenho tanto medo neste momento, só consigo chorar até adormecer, só consigo pensar nos que mais amo, naqueles poucos por quem dou a vida sem pensar duas vezes, só consigo pensar nos momentos que passo com eles, no que vou deixar para trás. 
A vida muda constantemente, sinto-me cada dia mais só, sinto que me fazem falta todos os que tiveram de seguir caminhos diferentes. Estou em casa, há espera que os dias passem, há espera de embarcar numa experiência completamente nova que não os envolve, não envolve ninguém, apenas a mim. Sinto-me a falhar constantemente, isto não está a ser nada fácil, não consigo parar o tempo, os momentos passam num instante, o choro e sofrimento interior dura eternidade, parece infinito. Eu não sei o que sentir, choro imenso, por vezes uma mistura de tristeza e alegria, outras apenas porque sinto necessidade disso. Eu não sou mulher de desistir, mas sou mulher de amar com tudo o que tenho. Eu não sei o que fazer.

Gostava de não amar nada nem ninguém por momentos (...)

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